Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009

Mais uma vez o regresso à memória - a travessia do deserto

Parece que hoje em dia a chamada dieta mediterrânica (eu julgo não saber o que é, mas penso tê-la praticado durante muitos anos e ainda continuo a praticar) é para os dietistas e entendidos em alimentação uma das formas mais saudáveis que as pessoas devem usar para alimentar-se.
Na casa dos meus pais, quando eu era criança e os tempos eram difíceis fazia-se uma alimentação em que se utilizavam muitos vegetais, legumes secos, leite natural e derivados como a manteiga e o queijo, pouca carne e as gorduras eram naturais, como o azeite e as do porco que se matava todos os anos no começo do inverno.
 Recentemente recordei duas receitas, bem simples, que a minha mãe usava e que hoje seriam deliciosas se se utilizassem.
Vou falar de uma que utilizava uma variedade de ervas naturais, mesmo naturais, das que se encontravam no campo, na primavera, que era uma delícia e à qual  chamávamos “Ervas”, mas que era um esparregado deslumbrante.
Recolhiam-se no campo várias espécies de ervas, como saramagos tenros, urtigas (parece estranho não!), ervas do monte (não sei outro nome), papoilas (a parte verde, não a flor), folhas e talos de favas e labaças (folha comprida e larga em forma de viola) e talvez outras ervas ao gosto das pessoas.
Migavam-se todas estas ervas juntas e misturadas, excepto as labaças que ficavam à parte, punham-se a cozer com sal.
Depois de cozidas, eram bem espremidas até ficarem sem água.
As labaças cruas, mas migadas, eram colocadas numa frigideira que ia ao lume com azeite e dois ou três dentes de alho esmagados, até ficarem tenras. Em seguida juntavam-se as ervas cozidas e escorridas, misturavam-se com as labaças e o azeite, deitava-se uma colher ou duas de farinha natural e deixava-se passar bem até ficarem embebidas de azeite e com o sabor a alho. Não levava vinagre porque as labaças são ácidas e substituem-no naturalmente. Depois é comer com fatias de toucinho frito, morcela, chouriço, farinheira e outras carnes. Mas só ainda é melhor.
A que proprósito vem isto?
A cultura popular era rica a criar receitas culinárias saudáveis e originais. Muitas vezes era necessária a imaginação que as necessidades a isso obrigavam. Mas, também tinha histórias, problemas e charadas que se contavam nas longas noites de inverno. O problema que vou apresentar é um clássico com algumas versões, pelo menos uma já informatizada. A versão que vou apresentar não foi ouvida à lareira, é evidente, mas poderia ter sido.
O deserto sempre foi um tema que atraiu as populações, pelos mistérios e atracção pelo desconhecido que encerra e pela sua ligação aos “mouros” e às suas lendas.

 

 

Mas aí vai o problema:


Um grupo de quatro aventureiros quer explorar uma parte do deserto e penetrar até 1200 km no seu interior. Têm para o fazer um gipão que pode transportar mantimentos e combustível até 800 Km. No acampamento-base, na orla do deserto, têm evidentemente tudo quanto necessitam para cumprir a aventura – combustível e mantimentos.
Torna-se imediatamente evidente que têm de fazer várias viagens e estabelecer depósitos intermédios para mantimentos e combustível, de modo a poderem fazer os 1200 km no deserto e regressar em segurança (que é fundamental).


A questão é:


Partindo da base quantas viagens são necessárias para que os nossos aventureiros consigam penetrar no deserto 1200 Km e regressar em segurança e quantos depósitos intermédios serão necessários?


Fico à espera das vossas respostas, comentários e sugestões.
 

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publicado por Frantuco às 18:36
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