Desde muito cedo (penso que logo que aprendi a ler) gostei de ler biografias. Não é preciso dizer que nos contam, por vezes, aspectos interessantes da vida das pessoas. Dão-nos, seguramente, uma imagem mais humanizada dos biografados, nomeadamente dos cientistas, à volta dos quais se criam mitos, lendas, que não correspondem à verdade. A biografia de qualquer pessoa que ficou na história pelas mais variadas razões mostra sempre aqs ideias feitas nunca correspondem à verdade.
Como já disse gosto muito de biografias e especialmente das de cientistas. Vou tentar periodicamente apresentar, não uma biografia, mas alguns aspectos, que considero importantes do ponto de vista científico, da vida de alguns matemáticos, uns mais, outros menos conhecidos. Vou começar pelo senhor Leonhard Euler.
Leonhard Euler foi um matemático suiço do século XVIII (1707-1783).
Todos os alunos que fizeram o 2º ciclo ouviram falar deste matemático.
Todos conhecem a Igualdade de Euler, que é apresentada aos alunos do seguinte modo:
F + V = A + 2, em que as letras significam
F - Faces; V - Vértices; A - Arestas
Esta igualdade tem a ver com os sólidos poliedros, que como é sabido são sólidos geométricos limitados apenas por superfícies planas.
Quer então dizer que, em qualquer poliedro, o número de Faces mais o número de Vértices é igual ao número de Arestas mais 2.
Não vamos apresentar nenhum exemplo. Basta pensar, por exemplo, num prisma hexagonal e verificaremos a igualdade.
Mas Euler não ficou famoso apenas por esta igualdade. É apontado como autor de cerca de 800 trabalhos.
A Teoria dos Grafos, que teve um desenvolvimento fundamental no século XX , teve a sua contribuição quando resolveu o célebre problema "As Pontes de Konigsberg", actual Kalalinegrado. Esta cidade da antiga Prússia Oriental é atravessada pelo rio Pregel que se ramifica formando uma ilha (Kneiphof) que estava ligada à restante parte da cidade por sete pontes. Dizia-se que os habitantes da cidade, nos dias soalheiros de descanso, tentavam efectuar um percurso que os obrigasse a passar por todas as pontes, mas apenas uma vez em cada uma. Como as suas tentativas foram sempre falhadas, muitos deles acreditavam que não existia tal percurso.
Leonhard Euler, a pedido do presidente da Câmara da cidade provou que era impossível fazer o passeio passando apenas uma vez por cada uma das pontes. Utilizou para isso um esquema bem simples que hoje tem o nome de grafo. Nascia assim a Teoria dos Grafos.O meu colega e amigo José Filipe já tratou este assunto num artigo publicado há algum tempo que pode ser lido aqui.
De acordo com as fontes que consultámos, Euler tinha a versatilidade de um génio, uma vez que os seus interesses científicos foram muitos e variados: professor de Fisiologia na faculdade de Medicina de São Petersburgo, dedicou-se à astronomia, criou a teoria dos grafos, trabalhou em Cartografia,...
De entre os números reais mais conhecidos, temos de destacar dois que estão associados ao nome de Euler:
- O número de Euler (e) tem um valor aproximado de 2,71828. É a base dos logaritmos neperianos e define-se como o limite de (1+1/n)n quando n tende para infinito. Onde aparece a ligação de Euler a este número? Segundo a história a existência do número é anterior, mas foi o matemático suiço o primeiro a utilizar a letra e para identificá-lo e tem o seu nome como homenagem.
O Número de Euler é um número irracional e também transcendente e apresentamo-lo a seguir com as primeiras 200 casas decimais:
e=2,7182818284590452353602874713526624977572470936999595749669676277240
76630353547594571382178525166427427466391932003059921817413596629043572
90033429526059563073813232862794349076323382988075319525101901.
- A constante de Euler-Mascheroni (y) tem o valor aproximado 0,57721 e define-se como sendo limite quando n tende para infinito de (1 + 1/2 + 1/3 + ... + 1/n - log n). Esta constante foi definida pela primeira vez em 1735 por Euler e tem múltiplas aplicações em Teoria dos Números.
Poderíamos continuar a falar das realizações do célebre matemático, mas aí vai o nosso desafio que também tem o seu nome:
Construir a recta de Euler que se obtem do seguinte modo:
- Construir um triângulo qualquer
- Traçar as suas alturas que vão cruzar-se num ponto que toma o nome de ortocentro. Assinalar esse ponto
- Traçar as suas medianas que vão cruzar-se num ponto que toma o nome de baricentro. Assinalar esse ponto
- Traçar as mediatrizes dos seus lados que se encontram no ponto que se chama circuncentro. Assinalá-lo.
Verificar que os três pontos estão alinhados, traçando a recta que os contem.
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